Figura de grande importância no campo da militância educacional e das lutas sociais no Sul da Bahia, especialmente nas áreas de educação do campo, relações étnico-raciais e direitos das mulheres negras. Nascida em 2 de abril de 1955 na Fazenda Boa Sorte, em Itaberaba, Bahia, ela carrega uma trajetória de resistência e de luta por justiça social, representando a força da mulher negra e camponesa em seu engajamento comunitário e educacional. Filha de Joana Maria de Jesus e Norberto Alves Souza, Dona Janice é mãe de Hundira Souza da Cunha e Aiira Souza de França, e avó de Manuel Kamau, estabelecendo um forte legado familiar. Residente no Sítio Flor do Iguape, em Ilhéus, ela também tem uma profunda ligação espiritual como Omorixá do Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon, refletindo a importância da religiosidade de matriz africana em sua vida e em sua prática comunitária. Seu envolvimento com a espiritualidade se manifesta tanto em seu papel religioso quanto como raizeira, uma guardiã dos saberes tradicionais de cura. Dona Janice também é uma educadora de destaque, cofundadora da Escola Comunitária Margarida Alves, um projeto que reflete seu compromisso com uma educação voltada para as necessidades e realidades do campo. Com formação em Pedagogia da Alternância, que alterna períodos de aprendizado entre a escola e a comunidade, ela defende uma educação contextualizada, antirracista, anti-homofóbica e anti-machista. Além disso, sua militância no Movimento de Mulheres Negras mostra seu envolvimento ativo na luta por igualdade de gênero e combate às opressões que afetam mulheres negras no Brasil.